O dólar à vista encerrou a sexta-feira com leve alta de 0,16%, cotado a R$ 6,0650, em um pregão marcado pela cautela dos investidores antes da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Apesar da alta no dia, a moeda acumulou uma queda de 0,62% na semana.

Volatilidade e estabilidade ao longo do dia
Durante a manhã, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 6,0278 (-0,45%) e a máxima de R$ 6,0912 (+0,60%), refletindo o cenário global. A volatilidade foi influenciada pelo crescimento do PIB da China, que superou expectativas ao atingir 5,4% no quarto trimestre, e pelos dados positivos de produção manufatureira nos EUA, que cresceram 0,6% em dezembro.

No entanto, à tarde, a moeda estabilizou, com os investidores aguardando eventos da próxima semana, incluindo a posse de Trump e o feriado de Martin Luther King nos EUA, que manterá os mercados americanos fechados na segunda-feira.

Cenário doméstico e declarações de Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em entrevista à CNN Brasil que o dólar acima de R$ 6,00 é caro considerando os fundamentos da economia brasileira. “Na minha opinião, qualquer coisa acima de R$ 5,70 é caro para os fundamentos da economia brasileira hoje”, disse o ministro.

Haddad também destacou que a cotação do dólar é influenciada por fatores externos, como geopolítica e políticas monetárias internacionais, que fogem ao controle do governo.

Expectativas para o futuro
O mercado aguarda as primeiras medidas do governo Trump, que podem impactar os Treasuries e o dólar globalmente. Dependendo do tom mais ou menos inflacionário da nova administração, ajustes podem ser esperados nos mercados, com reflexos no Brasil.

Para a próxima semana, espera-se que a liquidez permaneça reduzida devido ao feriado nos EUA, mas o comportamento do dólar continuará sendo acompanhado de perto pelos agentes econômicos.