Trump adia tarifas sobre importações e declara emergência energética em primeiro dia de mandato
Empossado nesta segunda-feira (20) como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump decidiu adiar para fevereiro a aplicação de tarifas sobre importações de países como México, Canadá e China, uma promessa central de sua campanha. A decisão foi anunciada após cerimônia de posse e assinatura de diversas ordens executivas.
O que motivou o adiamento?
Durante a campanha, Trump prometeu impor taxas de até 25% sobre produtos importados já no início de seu mandato, com a intenção de reduzir o déficit comercial, que ultrapassa US$ 1 trilhão anualmente. No entanto, o governo decidiu realizar análises detalhadas com agências federais antes de implementar a medida.
Segundo fontes do The Wall Street Journal e da NBC, essas análises serão fundamentais para recomendar alterações em acordos comerciais e revisar as tarifas propostas. Apesar do adiamento, Trump reforçou que o plano é taxar produtos, especialmente os chineses, com tarifas que podem chegar a 60%.
Impacto nos consumidores
As tarifas, embora pagas inicialmente por importadores, acabam sendo repassadas aos consumidores finais, o que poderia elevar os preços de bens e serviços. Esse fator teria contribuído para a decisão de Trump em postergar a medida, buscando evitar um impacto econômico imediato e mais acentuado.
Além disso, o governo avalia criar um Serviço de Receita Externa dedicado à coleta de receitas tarifárias, visando aumentar a eficiência do processo.
Declaração de emergência energética
Ainda em seu primeiro dia, Trump assinou um decreto que declara emergência energética nos EUA. A medida visa aumentar a produção de petróleo e gás natural, com foco na exploração de reservas do Alasca.
“Precisamos restaurar nosso domínio energético. Eles [referindo-se ao governo Biden] destruíram nossas bases, mas agora retomaremos isso, e os cidadãos sentirão a diferença”, afirmou Trump.
O objetivo é reduzir os custos de energia, segurar a inflação e competir diretamente com a China em áreas estratégicas, como inteligência artificial e tecnologias de alto consumo energético.
Impactos na produção industrial e veículos elétricos
O decreto energético também pode levar a uma desaceleração na produção de veículos elétricos, já que o foco está em priorizar a exploração de combustíveis fósseis. Isso marca um forte contraste com as políticas do governo anterior, que promovia uma transição para energias renováveis.
Questões migratórias e efeitos no mercado interno
Trump também cumpriu sua promessa de agir contra imigrantes ilegais, declarando emergência nacional na fronteira sul. Empresas manifestaram preocupação, destacando que a redução na disponibilidade de mão de obra pode prejudicar a produção industrial, especialmente em setores que dependem de trabalhadores imigrantes.
O que esperar?
Com uma agenda voltada para a proteção do mercado interno e a reestruturação da economia americana, Trump enfrenta desafios para equilibrar suas políticas protecionistas com os impactos econômicos a curto prazo. As medidas de fevereiro serão o verdadeiro teste de sua estratégia econômica.
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